Quando surge a dor física sai-se em busca do seu tratamento. Normalmente, a primeira procura é pelo medicamento que trata do corpo físico. Buscar o que desencadeia a dor, entretanto, é que pode fazer com que ela não reincida. Nesse aspecto se insere uma terapia complementar: o uso de florais.
A terapia floral é uma medicina vibracional que trata a parte energética do ser. Através da metafísica, ela busca o que desencadeou a dor. “A metafísica diz que a doença só tem o propósito de avisar o doente que alguma coisa no plano emocional está desajustada”, explica Ana Paula Huffel, farmacêutica e terapeuta floral. Nesse sentido, uma dor de garganta, por exemplo, pode revelar que havia algo a ser dito, que não foi falado. Relacionado ao chákras, que são centros energéticos distribuídos pelo corpo, o plano inconsciente faz surgir a dor como aviso da desarmonia das emoções.
De acordo com a terapeuta, cada vez mais, mais pessoas buscam tratar a causa do problema, não só o sintoma. “Mas cada um busca sua cura, a expansão do seu consciente, no seu momento. É como uma borboleta: não pode-se abrir o casulo para que ela nasça. A transformação acontece de dentro para fora. Se forçar a transformação, a borboleta morre”.
A terapia floral está ligada a espiritualidade, mas não a uma religião. Através dela pode-se descobrir gatilhos relacionados com a infância, por exemplo. Emoções que estão no inconsciente e não foram metabolizadas, que “estouram” de alguma forma no corpo físico. “Entender que não é somente o plano físico. Que existe parte energética, espírito, alma. Um adulto ferido por uma criança interna abandonada que precisa ser acolhida”, ressalta Ana Paula.
A profissional ressalta que com o uso do floral, não é necessário reviver algum trauma ou problema imperdoável. Através de uma fórmula personalizada, o paciente toma consciência de forma suave. Flores de amor e perdão, por exemplo, podem já refletir no físico, uma vez que corrigem alguma emoção em desarmonia. “Pode-se usar uma flor que faz assumir a força da própria vida. Flores de paciência, calma, aceitação, para que quando se fizer o uso de uma flor que vai fazer alguma emoção vir a tona, o paciente esteja preparado”, explica a terapeuta.
Terapia complementar
Os florais fazem parte de uma antiga ciência denominada complementar. Esta terapia faz parte da Política Nacional de Práticas Integrativas Complementares (PNPICs), criada no Brasil em 2006, que atua no Sistema Único de Saúde (SUS), implantando tratamentos alternativos baseados em evidências. Como tratamento complementar, o uso dos florais não interfere em tratamento médico, muito menos exclui sua necessidade.
Ana Paula Huffel acredita que a soma das duas áreas de tratamento é que pode gerar mais beneficios aos pacientes. “Existem coisas que podem ser tratadas no emocional. Coisas que já estão somatizadas no corpo físico e precisam de alopatia. Outras que são casos cirúrgicos. Coisas para prevenir, ou para curar, ou para remediar e outras urgentes. A união dos profissionais de saúde é o que mais vai beneficiar”.
Através de anamnese, a terapeuta enxerga pontos em desarmonia e prescreve gotas de florais, preparados com flores específicas, em busca do equilíbrio das emoções, embasada na metafísica da saúde. “Algumas vezes, ao fim da consulta, tem-se em mente um jardim para colocar no floral. Flores não brigam, mas começamos com as mais urgentes e depois pode-se trocar a fórmula”, explica a terapeuta.
Mesmo os florais encontrados prontos em drogarias, e principalmente os manipulados, não são produzidos para uma doença. Ana Paula ressalta que existem fórmulas para o doente. “Não existe, por exemplo, alguma essência boa para espinhas. É preciso entender de onde surge, da raiva de alguém, do fígado intoxicado de alguma raiva que não metaboliza, ou se é culpa e por isso a própria pessoa se belisca”.
Cuidados com os florais
Segundo Ana Paula, não existe contraindicação para o uso dos florais, entratando é bom seguir orientações. “O medicamento energético só vai potencializar o bem e fazer o bem. Ele não desenvolve nada de nocivo, no máximo não vai ter efeito se não for necessario”, ou seja, caso o floral tenha uma flor para o medo, e o paciente não tenha medo, nem no plano inconsciente, aquela flor estará a mais, mas não vai gerar nenhum mal.
Em caso de gestantes ou alcoolistas, se houver receio no uso do floral pronto, já que ele usa brandy (semelhante ao conhaque) em sua composição, pode-se optar pelo uso da glicerina vegetal como opção para que ele se mantenha conservado.
No mais, com o floral em mãos, é importante evitar que o frasco fique no sol, bem como perto de aparelhos eletroeletrônicos. “Como ele não tem substância química e é energético, se colocado em um local com radiação, a frequência pode atrapalhar a vibração da flor, o que vai diminuir ou anular o efeito do floral”. Ana Paula sugere que o medicamento seja guardado no roupeiro, para que não seja exposto e continue com a boa vibração energética.
Além disso, deve-se evitar o uso da cânfora porque ela é antídoto da homeopatia, revertendo seu efeito, o que faz acreditar que pode agir da mesma forma com os florais.
História e Sistemas
A história dos florais surge pelas mãos de Edward Bach (1886-1936), um médico inglês, muito ligado à natureza. Segundo Ana Paula Huffel, o “pai dos florais”, abandonou a medicina ortodoxa porque o conselho da época não aceitava o tipo de cura que ele promovia. “Ele começou de forma alquímica a retirar da flor sua energia, transportar para um veículo, no caso a água, e fazer um medicamento sem substância química, mas com a energia das flores”, explica.
Através de nosódios e diluições, Bach desenvolveu estudos e passou a curar pessoas com o uso de plantas. Ao longo de sua vida descobriu um tumor maligno localizado no baço e recebeu o diagnóstico de três meses de vida. Entretanto, viveu por mais 19 anos. “Ele testava tudo nele mesmo. Curou muita gente e também se curou”, conta Ana Paula.
Vivendo no interior, o médico colhia as flores do jardim, colocava-as em cima de um recipiente de vidro com água da cachoeira da residência, e deixava sob o sol, perto do local onde a flor nasceu. “Depois ele tirava as flores. A água faz leitura energética, por isso todas as religiões usam ela como melhor veículo energético, como no caso da água benta e da água de batismo”.
Assim como os Florais de Bach, ao longo dos anos outros sistemas foram criados. Alguns internacionais, como o pioneiro, e outros nacionais. Filhas de Gaia, Florais da Amazônia e Florais do Sul, são alguns deles, sendo que o último é, inclusive, gaúcho. Quanto aos internacionais, Ana Paula destaca os Florais da Califónia, os Florais da Austrália e os Florais do Deserto. “O deserto é quente e insuportável de dia, de noite é gelado. Lá as plantas são noturnas, se dão bem na sombra. O uso deles faz com que consigamos acolher nossas sombras e entender que elas nos fazem humanos”.
Segundo a terapeuta, os Florais de Bach seguem sendo produzidos por pessoas que deram sequência ao trabalho do inventor, realizando ele da mesma forma. E como a energia das flores está relacionada ao local onde nascem, é importante ressaltar que os Florais de Bach são vindo unicamente da residência de Bach, onde o médico deu início ao seu propósito.